Jovem viaja mais de 2 mil km para doar medula óssea
A doadora, Giovanna Venarusso Crosara, de 24 anos, viajou um pouco mais de 2.100 Km para conseguir fazer a doação de medula óssea para uma pessoa que ao menos conhecia. Giovanna, que é moradora da cidade de Lins na grande São Paulo, saiu de sua casa até Recife (PE). Para se ter uma ideia, viajando de avião o percurso dura entre cerca de 6 e 7 horas.
No entanto, Giovanna já tinha em mente fazer a doação do órgão e foi por isso que fez seu cadastro no Redome (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea). A sua vontade nasceu ao assistir uma reportagem onde falava sobre um mutirão em uma faculdade de Bauru (interior de SP).
Então, desde do início do cadastro em 2016 até aparecer um paciente compatível, Giovanna mudou-se de residência várias vezes e nunca esqueceu de atualizar seus dados no Programa. Sua vontade de ajudar era imensurável.
No final do ano passado de 2020, Giovanna sucedeu surpreendida com uma ligação do Instituto responsável pelo programa, informando que surgiu uma paciente compatível. Mas, a mesma teria de fazer um exame para confirmar a compatibilidade.
Mesmo com as medidas de prevenção contra a Covid-19, Giovanna não exitou em ajudar ou melhor, doar. Na época, através de um exame sanguíneo ela descobriu que era 100% compatível (caso raro) com a paciente que precisava da medula óssea.
O PROCESSO DE TRANSPLANTE FOI INICIADO
Entretanto, antes mesmo de iniciar a papelada da doação, Giovanna foi questionada se realmente estava disposta a seguir e sua resposta foi seguir. Ademais, o programa do Redome arcou com todas as despesas e inclusive com a viagem entre os estados.
A primeira viagem aconteceu no dia 11 de Janeiro para realizar uns exames e retornou no dia 23 do mesmo mês, desta vez, para realizar o transplante. Juntamente com Giovanna, uma amiga que a acompanhou durante o procedimento e o pós operatório.

Segundo a própria Giovanna, foram necessários vários procedimentos antes da realização do transplante, diversos exames como forma de segurança. Então, a jovem relata ter feito a testagem para Covid-19, tomografia, exame de sangue, além de tomar uma injeção para estimular a medula.
A CIRURGIA
Sobretudo, o transplante foi realizado no dia 25 de Janeiro. De acordo com Giovanna a cirurgia foi normal, durante o procedimento recebeu o sedativo, que apagou em poucos minutos e não sentiu nada. No entanto, após a doação, a jovem relata somente algumas dores no local da cirurgia, o que se encaixa no padrão normal.
No dia seguinte, Giovanna recebeu alta hospitalar. De volta para casa, a estudante, que não conheceu a recebedora da medula, ficou ansiosa para saber quem era. Porém, por questões de privacidade e segurança, esse processo de reconhecimento entre o doador e o receptor só pode acontecer um ano e meio depois do transplante e somente se ambas as partes quiserem.

SOBRE A DOAÇÃO
Apesar das dificuldades entre viagens e pós-operatório, Giovanna não se arrepende nenhum minuto do transplante. Além disso, sua resposta causa surpresa, onde afirma que com certeza faria tudo de novo.
Questionada sobre a doação, a jovem respondeu que com certeza faria de novo. Pois muitas pessoas se colocam em riscos maiores em vários momentos da sua vida.
Então, porque não fazer a doação, que é um risco não tão grande, para salvar outra pessoa. Apesar da cirurgia incomodar bastante, é uma vida que está sendo salva.